sábado, 27 de dezembro de 2008

Bolero matador I


O Ford negro brilhava impecável estacionado à espera dela, dentro havia um charmoso jovem vestindo um elegante terno risca de giz que estava a apreciar uma taça de martini e a deleitar-se com seu charuto cubano, presente de um cliente fiel.
E logo a viu atravessar a rua com seus passos pequenos tentando se equilibrar naquele par de saltos que mais pareciam sapatos de bonecas, apesar do andar levemente desajeitado, ela conseguia ser sexy mesmo com aquela expressão dura, de quem nunca amou.
Desde que a viu pela primeira vez bebendo em uma mesa com o abajur desligado numa dessas casas de shows onde não se encontra mulheres de respeito, afinal beber e fumar não é coisa de uma mulher em sã consciência, muito menos nudez.
Ela estava deslumbrante apesar de simples, vestia uma saia preta justa que ficava um pouco acima dos joelhos, e uma blusa branca de bolinhas pretas, era quase uma pin up. Segurava uma bolsa vermelha de modo que parecia levar um tesouro em suas mãos.
O motorista abriu a porta do carro e a mulher entrou rápido tentando manter a discrição.
- Não quero negociar aqui, vamos ao outra parte da cidade. - Disse ela impaciente.
- Tudo bem.- Ele sorriu - Juan, leve-nos até as docas.
Durante o percurso ele admirava os lábios da mulher, tão carnudos, tão vermelhos que dava até vontade de... de... de agarrá-la ali mesmo. Com Juan de voyeur. Quanto a ela, tentava resistir ao encanto do olhar daquele homem e aquele sorriso que a fazia estremecer.
O carro parou e Pierre pediu que Juan se afastasse.
- Agora sim podemos negociar tranquilamente.- Disse ele ao apoiar o braço em cima do encosto do banco de Betty.
- Sim, mas primeiro eu quero ver a mercadoria.
- Claro! - Disse ele levando a mão ao zíper da calça e fazendo uma menção de abrí-lo.
- Não seja idiota! - Disse Betty ao dar-lhe um tapa no braço.
- Eu não resisti a piada. Perdão.
- Cadê a neve?
- Está aqui. - Ele levou a mão ao bolso interno do paletó. - Cadê o dinheiro?
- Está bem aqui- Ela disse dando um leve tapinha em seu seio esquerdo.
Ele tirou o pequeno pacote de cocaína do bolso e o segurou bem a frente dela. Ela o repreendia com o olhar enquanto colocava a mão dentro da blusa e tirava o bolo de dinheiro de dentro do soutien. O negócio foi fechado, e no rádio tocava um belo bolero.
- Eu preciso de mais uma coisa. - Ela disse, colocando o pacotinho dentro da bolsa.
- Antes de falar, aceita uma taça de martini?
- Claro, por que não. - Ela apanhou a taça e bebeu como se estivesse com sede.
- Então, o que deseja?
Betty lhe lançou um olhar voluptoso, ardente. Puxou o homem pela gravata e disse a uma pequena distância de seus lábios.
- Você.
Beijos cheios de desejo, as mãos de Pierre percorriam as sinuosas curvas de Betty. Ouve-se um baque, era Juan que havia jogado seu corpo contra o carro, havia sangue na janela. Pierre olha pela janela e vê um homem que parecia furioso.

Continua

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Votos


Para ler ouvindo isso

Em questão de dias 2008 chegará a seu fim, e eu mal posso esperar para sentir o frescor de dias de esperança e novos ânimos, bem como uma nova consciência e quem sabe um novo jeito de encarar os obstáculos que estarão em meu caminho.

Como de costume nós sempre desejamos a todos "muita felicidade, paz, dinheiro, amor e que nada lhe falte neste novo ano", eu não.

Eu desejo que você tenha problemas, para que você consiga resolvê-los e assim crescer. Desejo que você sinta falta, para que assim aprenda a dar valor. Que você sabia que amor não é tudo na vida, mas que é maravilhoso ter alguém ao seu lado. Que você tenha dinheiro, mas que você saiba que existem coisas na vida que não tem preço (para todas as outras existe Mastercard). Desejo momentos inesquecíveis de dor e de alegria. E que de vez em quando você perca o chão e mesmo assim não desista de lutar para vencer um momento difícil. Que você sinta frio na espinha.E desejo que um belo sorriso adorne o seu rosto na hora certa. Quando menos se esperar pode acontecer um milagre. E que você aproveite cada minuto e experimente novas sensações.


Carpe diem.


Post extremamente clichê mas é do fundo do meu coração de pedra.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Veneno

E que grandes merda eu ter reprovado em uma matéria por sua causa. Ficar em casa deitada me parecia uma opção melhor do que ir pra aula e ficar calada e com aquela imensa vontade de falar. Estava a ponto de explodir, não tinha mais vontade de sair nem do meu próprio quarto.
Foram tempos difíceis, e quase ninguém se deu ao trabalho de olhar nos meus olhos e perguntar se eu me sentia bem. Uma, apenas uma pessoa estava sempre disposta a meu ouvir ou me dar um abraço quando eu mais precisei, e essa pessoa não foi você.

Enquanto eu me afogava nos meus próprios sentimentos, você estava se divertindo, e nem lembrava que eu existia, foi um erro esperar tanto de você. E que por um lado quando você me tratava mal e tinha suas crises de bipolaridade e eu era o seu único alvo, do outro ele estava sempre a suportar todos meus surtos com um sorriso nos lábios.

E quando você me disse que gostava dele eu sempre dei uma força, imaginei os dois como um casal e me parecia que ia mesmo rolar. É, eu torci por vocês.

Mas você me fez tanto mal, e eu cheguei ao ponto de te pedir atenção. E eu não me arrependendo, porque depois disso você sentiu o peso do seu egoísmo e eu vi você segurar o choro na minha frente, me senti mais leve depois de ver seus olhos marejados. Mas prometi a mim mesma nunca mais fazer isso de novo.

Você sempre teve tudo de liberdade à amigos, mas eu tenho aquilo que você mais deseja. Eu tenho a ele, mesmo que por respeito eu não deixo que ele tenha um pingo de esperança, eu vejo como você é estupidamente infeliz por causa disso eu me sinto bem melhor.

A culpa não é minha, eu tenho essa coisa de roubar sem querer aquilo que a pessoa mais deseja, mas dessa vez meu bem, eu não dou a mínima.
HAHAHAHAHA!

I had too much to dream - The electric prunes

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

E se...

Se eu quisesse quem me quer, tudo seria tão mais facil.
Se minhas paixões não fossem todas platônicas.
Se meus sonhos não fossem tão difíceis de alcançar.
Se eu me contentasse com o pouco que tenho.
Se fosse mais realista.
Se não desejasse com cada célula do meu corpo ser livre.
Se eu não fugisse das minhas responsabilidades.
Se eu não quebrasse as regras e a minha cara de vez em quando.
Se eu não odiasse meio mundo.
Se eu não perdesse a linha.
A vida não teria graça nenhuma.
What it takes - Aerosmith

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

º

Relações, ah... As relações interpessoais são tão complicadas e com certeza você já pensou em algum ponto da sua vida que as pessoas seriam mais fáceis de lidar se todos fossem como você. Se as pessoas fossem menos egoístas, egocêntricas, preconceituosas e ciumentas.

Existem alguns idiotas que se sacrificam, as vezes até demais pelos outros. Essas, são pessoas que valorizam a amizade e fazem o máximo possível para mantê-la sempre.


E como a vida tem pontos altos e baixos, nos baixos, às vezes você percebe coisas que talvez não existem, ou que sempre estiveram na sua frente, e para você perceber a vida teve que lhe esfregar isso na cara.


Pois é, eu como boa idiota nunca fiz questão de assimilar isso, mas agora fui forçada a entender que nós somos descartáveis. Sim, descartáveis. É meu caro, você que acha que sua amizade de anos nunca pode ser abalada, está redondamente enganado, aquele seu amigo a quem você confia tantos segredos ou até mesmo aquele que ganhou a sua confiança à pouco tempo mas mesmo assim é um puta amigo, amizades que pareciam sólidas como rocha podem se desfazer. Como? Titia explica.


Você é um cara (ou uma garota) legal, engraçado, metido a alternativo, inteligente, confiável e divertido e tem seus amigos. Mas é claro que o círculo de amizades sempre se renova, pessoas vão e vem. Em algum momento aparece alguém muuuito mais legal, engraçado, alternativo de verdade, cult, bonito, divertido, fala muito mais putarias do que você, mais puta ou pura (no caso nas meninas), mais pegador ou galante (nos caso dos meninos) enfim, uma pessoa muito mais foda do que você. Tem qualidades que chamam a atenção do seu amigo e ali nasce mais uma amizade entre o supercool e o seu amigo.


O tempo passa e quando você percebe o supercool e o seu (no momento ex-) melhor amigo são melhores amigos e você? Ah, você é segundo plano, é o step agora, de alguma forma isso aconteceu. E os seus finais de semana que costumavam ser sempre ocupados para sair com os outros agora são vazios, você fica em casa se acabando em reprises de seriados, programas humorísticos, MSN, pizza, chocolate, depressão pós-parto (briinks), Beatles, Radiohead, Placebo e Pink Floyd.


E a maldita Lei de Murphy ainda te ajuda a cavar quando você está no fundo do poço, ninguém te chama pra sair.Se você tiver sorte alguém do MSN pode se tronar seu amigo, e assim começar o ciclo de novo, mas se você for um azarado o seu antigo amigo pode chamar o seu novo amigo pra sair acabando assim até com o seu sagrado MSN de sábado a noite. Ou pior, além disso o seu novo amigo pode gostar de você.


Então se você se encontra nessa situação decadente de ter que pedir atenção aos outros e chorar litros ouvindo Hey Jude, Creep, Special Needs, Mother, The great gig in he sky e dançar em cima da sua cama. Eu tenho duas coisas a dizer.


1. Conforme-se, pode ser que tudo volte ao normal e era tudo uma fase ruim e carência sua.
2. Te fode nerdão, ninguém mandou não ser tudo-de-bom.



Ps: Juro que não foi a intenção fazer um post drama, odeio drama.
Ps²: Post super embaraçoso, porém libertador.



"A escolha entre a solidão certa ou a possibilidade de solidão"
Um cara ai do meu msn.

Country Girl - Primal Scream

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Prypiat

Antes de entrarmos nos helicópteros perguntaram se nós queríamos mesmo passar por aquela experiência. Segundo o guia o primeiro grupo que visitou Prypiat acionou o transporte 15 minutos após desembarcarem na cidade, alguns alegaram ter sentido sensações estranhas e ter visto coisas que não estavam ali, mas todos concordam que o que mais dava arrepios era o silêncio.
- Ah, nada a ver, isso é paranóia só por quê a cidade é pura radioatividade. – Disse Rafa, meu irmão num tom irônico.
Vestimos nossas roupas e nos deram um pequeno aparelho com um botão vermelho para perdurar na cintura.
- Basta apertar o botão vermelho, quando a luz começar a piscar significa que o transporte já estará a caminho para buscá-los, e se vocês forem corajosos o suficiente para permanecer durante as oito horas em Prypiat, esse mesmo controle vai piscar e vibrar 45 minutos antes da partida para que vocês possam chegar à praça central, mesmo lugar onde desembarcarão em poucos minutos.
Meu irmão como bom mulherengo que é, foi cantar a guia do nosso helicóptero.
- Desde quando você trabalha de guia pra levar esses malucos pra Prypiat?
- Não faz muito tempo, e também não vai durar, depois de um tempo eles te mandam embora por causa do risco, sabe como é né, radioatividade é muito sério.
- Mas porque você trabalha com algo tão perigoso? Você podia ser modelo sabia!
Ela riu sem graça.
- É difícil conseguir turistas pra levar a uma cidade fantasma, quando surge a oportunidade eles pagam muito bem. – Disse a guia enfatizando o “muito”. – Além do mais, eu nasci no ano do acidente ali mesmo em Prypiat, minha vida está aqui.
- Mas você é tão nova, por quê tem tantos cabelos brancos.
- Césio 137 - Disse ela virando o rosto.
E logo a guia nos contou a história da cidade.
- Prypiat, tinha 55.000 habitantes e foi evacuada da noite pro dia por causa do acidente com a Usina Nuclear de Chernobyl, em 1986. Os moradores não tiveram tempo de levar nada, só a roupa do corpo e uma mala com pertences. A região ficará inabitada por seres humanos pelos próximos 300 anos e a cidade se tornou um imenso museu a céu aberto desde o dia do acidente...
Enfim chegamos a tão sonhada cidade fantasma, peguei minha câmera e começamos a andar, haviam mais três amigos nos acompanhando, Guti,Leela (o casal) e Ed.

Era realmente assustador todo aquele silêncio, veículos abandonados, e as bonecas jogadas no chão pareciam te observar, estudar cada movimento seu. Confesso que durante os primeiros 40 minutos estava tranqüila, mas depois disso a radioatividade parecia tomar conta de mim, tentei não me preocupar e tirar minhas fotos.
Rafa também mudou um pouco, ele parecia conectado as coisas, “paranóia pura” foi o que pensei.
Todo aquele silêncio era pertubador, a cidade há muito morta parecia roubar a vida que havia dentro dos visitantes comovidos ao ver pertences abandonados nas ruas, toda aquela sujeira, ferrugem, destruição eram um retrato do pânico, e esse eu tinha certeza que não abandonara nunca Prypiat.

Continua (?)

Só para loucos - Ventania

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

G.


Nasci para ser um artista, daqueles sempre polêmicos, sempre inovando e quebrando tabus, daqueles boca-suja como a mestre Dercy, que no decorrer de um século passou de escandalosa e mal-educada à cultura.
Nasci à frente de meu tempo, apesar de ainda concordar com valores do passado. Acredito em um Deus pois acho que essa é a melhor maneira de medir o egocentrismo e não se autodeclarar o próprio.
Nasci com o coração já atormentado pelas mazelas da vida, pela melancolia da solidão, pelo sentimento de tristeza gasto de tanto chorar, nasci entediado.
Nasci embriagado, que no ventre de minha mãe se formava um monstro sem amor, com meus olhos negros como meus sentimentos e minha crueldade crônica.
Nasci com ódio de mim mesmo, de ser um otário, vazio e incapaz.
Cresci regado à Whisky e sempre ao som de um tão sofrido blues que dói na alma de quem me observa lá, sentado em minha poltrona preta, com os olhos cerrados e meu dedo percorrendo a boca de meu copo.
Aprendi que na vida você é só, e nada pode mudar isso.
E vivo assim, sozinho, com uma boca suja e entediado até os ossos.


Piece of my heart - Janis Joplin

domingo, 5 de outubro de 2008

Conversas de Domingo

Na casa da minha avó. Ela não aceita que eu queira (ou pelo menos queria) ser jornalista. Problema é dela, eu faço o que quero oras.
Eu já pensei em seguir várias carreiras como Educação Física até Gastronomia.
Meu primo C.H. (que é gago) não tem idéia do que prestar o vestibular e então começa a polêmica na cozinha.
Tio: E aí cabeção, vai prestar o vestibular pra quê?
H.: Aa-ainda não sei.
Tio: Tu é burro hein muleque.
H.: Eu q-quero ser fo-fonoaudiólogo (Ele disse de brinks).
Todo mundo: HAHAHAHAHAHA
Eu: Se o rique for fonoaudiólogo eu sou psicóloga, imagina só como eu ia atender a paciente.
Minha mãe: Você ia falir feiosa.
Eu: "Doutora, ele me traiu!"
"Ah minha filha, larga esse viado, filho de uma rameira, arrombado, e cata outro ué, cadê a dificuldade?"
"Mas eu o amo!"
"Foda-se, você quer levar chifre pelo resto da vida? Sua corna mansa, te situa! Mongolzona. Váá ser burra assim lá longe."

É, como psicóloga eu sou uma boa fotografa.
Fica de boa aí vózinha.
Makes me wonder - Maroon 5

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Protesto


A vida não é justa e fica aqui o meu protesto.
Morram (não vocês amigos do blog).
Um dos motivos: Justice veio ao Brasil, fez dois shows e eu não fui. Morri.
The angry mob - Kaiser chiefs

domingo, 21 de setembro de 2008

My sweet glory box


É, a vida sempre nos prega peças, faz surpresas e no final acabamos sempre sofrendo. Eu comemoro agora o fim de uma fase conturbada, triste, frustrada e desiludida (opa, essa ultima eu sempre fui), sem ter muita certeza do que estou fazendo, mas aquilo que estava impregnado em mim parece ter ido embora.
E não foi só ele que saiu de mim, no caminho, mais se perdeu. E é claro que em mudanças nós perdemos coisas queridas, porém achamos outras que haviam sido esquecidas ou que simplesmente ignoramos, mas de grande valor.
Uma das coisas que a vida me ensinou foi que a melhor opção é gostar de quem gosta de você, tá vai, eu sei que é clichê mas é a pura verdade. Caso contrário você apenas se desgasta, pena, morre aos poucos e por algu ém que não vale à pena.
Mas eu fui além e aprendi que pra gostar de alguém, essa pessoa deve me dar um bom motivo pra tal. Essa é a minha Glory box. E sinceramente, me sinto muito melhor assim, é lógico que tenho minhas quedinhas, mas nada demais, nada de tanto impacto.
Levar a vida ao melhor estilo de "me dê um razão pra te amar, me dê uma razão pra ser uma mulher" é meu lema, e foi por muito tempo, nem me lembro porque o abandonei. Ah, como é bom me sentir viva outra vez.


"Gonna give my heart away,
Leave it to the other girls to play,
For I've been a tempteress too long...

...Give me a reason to love you,
Give me a reason to be a woman,
I just want to be a woman"

Glory box - Portishead


Ps:o ultimo post não era exatamente uma carta de amor, era mais, hum... err... esquece ;)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Carta

Ouça
Eu sei que você nunca vai chegar a ler isso, mas eu queria tanto que você soubesse de tudo. Até a semana passada eu podia apostar que você nem sabia da minha existência e o seu olhar na minha direção só durava 3 segundos no máximo.

Eu não sei o que te deu, mas um dia você finalmente me viu. Como eu almejei isso, quando te vi e você me viu eu queimei por dentro e eu acho que o resto do mundo viu brotar daquela minha cara fechada o sorriso mais satisfeito do lugar.

É, depois disso eu me senti menos feia. Enlouqueço só de pensar em saber o seu nome, e nem ouso imaginar um "oi" vindo da sua boca. Por agora eu me contento com a nossa troca de olhares, que mesmo tentando disfarçar não consigo. Você consegue ser discreto, e como!

Todo dia te espero no nosso ponto comum, sento naquelas cadeiras e nem ouço direito o que as minhas bitches falam. E sempre que a B fala "Fabii!", eu já sei que é você que chega. E observo seus movimentos, é divertido, eu sei que to caidinha por você, mas não estou nas suas mãos. É apenas desejo que arde em mim, arde loucamente.

Mas se você quiser mais que olhares, eu aceito sem pensar duas vezes. Desejo tanto, tanto, tanto, que nem acredito. Queria pegar o carro e sumir com você, ir em frente até quando esse fogo durar, e sinceramente, eu não espero que seja pra sempre, pra sempre é muito monótono, é muito compromisso.

Essas suas tatuagens ainda vão me deixar louca.


Secret

Watch the sunrise
Say your goodbyes
Off we go
Some conversation
No contemplation
Hit the road

Car overheats
Jump out of my seat
On the side of the highway baby
Our road is long
Your hold is strong
Please don't ever let go Oh No

I know I don't know you
But I want you so bad
Everyone has a secret
Oh can they keep it?
Oh No they can't

I´m driving fast now
Don't think I know how to go slow
Where you at nowI feel around
There you are
Cool these engines
Calm these jetsI ask you how hot can it get
And as you wipe of beads of sweat
Slowly you´re saying
I´m not there yet!!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Nem só de Clarice vive o mundo

Nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez.


Paulo Leminski

domingo, 7 de setembro de 2008

The fuckin' fuckers Hives

Olha o Pelle e a mãozinha da Bru. hihihi

Odeio aglomerados humanos, as pessoas se aproveitam de você, do seu corpo, te machucam, enchem o saco e colocam a culpa nos outros. Eu sou intocável, odeio calor humano, e odeio shows, só vou naqueles que eu sei que tem poucas pessoas ou nos que realmente valem à pena.
A minha vontade ao longo do evento era de fazer ali mesmo na platéia uma verdadeira carnificina, derrepente eu sacaria do meu tênis uma faca, e então esfaquearia todos que chegassem perto de mim.
Nesse show eu perdi o botão que ajudava a fechar a calça, mas depois eu achei.
Perdi 50cents quando fui comprar a cerveja, mas eu achei.
Perdi meu brinco (que era lindo), mas depois eu achei.
Perdi minha dignidade, eeerrr... bom, essa eu não achei não.



Teve Supergalo e seus clones do Dr. House, me apaixonei pela banda. Julguei o som deles bem a "minha cara", me identifiquei mesmo, ainda mais com as dancinhas do House vocalista. Virei groupie.

E quanto a Hives. Bom, eu ja gostava da banda, conhecia várias músicas sem atribuir a eles. Eu, que já não tenho nenhuma tendência a ser groupie digo: Virei fã! Poxa, eu passei a mão no Pelle e no Nicklas, pra que coisa melhor? E ganhei metade da toalha deles! Oh, emoção!

Apesar dos pesares da noite valeu à pena viu. Quem não foi, perdeu.
The Hives é muito foda.
Um dos melhores shows.

Don't ask me love - The shakers

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Desconexo II


Entre um trago e um pigarro eu econtro o prazer da minha auto destruição. Eu sei que não faz bem fazer esse tipo de coisa, mas eu não me importo. Tem me divertido tentar tomar fôlego e não conseguir, as consequêcias físicas traduzem tudo aquilo que eu senti por anos. Sentir as reações do meu corpo, assim como eu senti as reações da minha mente.
Ainda lembro de escrever o quanto me sufocava a vida, o social, hoje, ainda sou a mesma irresponsável, pode ser que eu tenha piorado, mas me sinto viva, meu psicológico já está tão afetado que agora apela para o físico.
Ainda sim odeio fazer o social, sorrir para as pessoas e ser educada. Morram.
Não sei usar palavras, que merda, que tipo de jornalista eu serei? Apelo para a fotografia, paixão, e minhas mãos trêmulas me matam de desgosto.
Ver a mim mesma definar é entreterimento, é cool, é pura diversão.
Ler sobre "trens na garganta" é demais para a minha cabeça fraca.
Não sou blasé, sou babaca mesmo, muito babaca.
Não consigo mais pensar, vivo de instinto.
Repito: Preciso de férias.
Pode até ser naqueles lugares de quartos brancos, paredes acolchoadas e remedinhos com hora marcada (opa!). Imagina o luxo: eu vestindo aquela blusa super fashion que eles dão para os hóspedes. Luxo, arrasando.
Adoro essa foto, sempre me faz rir, muito.
Nicholson, meu verdadeiro (?).
Deeper underground - Jamiroquai casa comigo?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Desconexo I


No metrô eu vejo zumbis, sempre que o carro de metal pára, zumbis caminham em ritmo lento até a porta mais próxima, chego a ver suas caras esverdeadas e podres, eu rio é claro, e eles olham para mim. Penso "ih, chamei a atenção deles, agora eles vão querer comer meu baço". Na verdade não há zumbis, não daqueles verdes que comem gente, mas eu tenho convicção de que um dia eles vão me atacar.

Às vezes eu queria que acontecesse alguma guerra ou sei lá o que. Metade da população mundial morreria de alguma doença, ou viraria pó, e assim eu poderia andar na rua segura de que ninguém está por perto, e então eu poderia cantar e dançar à vontade, saquear locadoras e dirigir a velocidade que eu bem entendesse. Ou godzilla poderia fazer parte do meu show?

Acho que preciso de férias, férias de verdade.

Sintetizadores comandam o ritmo do meu caminhar.

É, eu não to nada bem.

Ps: acho que esse post não tem nenhum sentido para você, certo?


Electric mistress - Jamiroquai

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

7 Lições de direção prática da prof. Rosa

Nome: Rosa
Idade: 41
Tem CNH (Carteira Nacional de Habilitação) há: 20 anos
Tipo: AB
Histórico: Apenas uma multa por não usar o cinto de segurança.
Ocupação nas horas vagas: Ser a minha mãe, carrasca, sinhá, palhaça, nômade e pastora da Igreja Universal do Reino de Deus.

1ª Lição: Quando o sinal ficar amarelo, acelere!

R: Olha lá! O sinal tá amarelando!
F: Aham, to vendo.
Derrepente o carro começa a acelerar e passa direto.
R: Nunca, jamais na sua vida faça isso entendeu?
F: Se eu fizer levo multa, ta louca?
R: Se você fizer, você APANHA.

2ª Lição: Faixa de pedestres, ignore.

F: Mãe, tem pedestre.
R: Pe o que guria?
F: Pedestre mãe!
R: Não to vendo nada!
O pedestre é um homem 3x3, mal encarado que faz o sinal de vida frenéticamente. E o carro passa direto.
R: ESPERA AI MANÉZÃO!
E ainda complementa com.
R: Que otário! hihihihi.

3ª Lição: Obedeça o limite da via.

R: Tá vendo que o limite da via é de 60km/h?
F: Aham, eu vi! Mãe, cê tá a 80 e poucos km/h.
R: Eeeuuuu?!?!?
F: Não mãe, minha vózinha.
R: Sua avó só acelera na estrada, dirige que nem velha na cidade. hihihihi
F: Mãe, cê ainda vai pegar um pardal.
R: Cala a boca garota! Eu conheço todos os pardais dessa EPTG. MUAHAHAHA.

4ª Lição: Não se distraia.

Som altíssimo.
R: Tryyyyyyyyyyyyyyyy nananaaaaa!!
F: Tá muito alto!
R: Ai de você se tocar nesse som.
F: Tá bom vai!
Tira as mãos do volante e as coloca no colo.
R: Olha lá, eles estão inaugurando alguma coisa!
F: Mãe, o volante!
R: Ih, nem tinha visto! hihihihi

5ª Lição: Sempre tenha uma amiga da vez.

R: Bebi muito campagne.
F: Eu vi cabeçuda!
R: Dirige aí que eu to com preguiça.
Derrepente ela pula para o banco de trás deixando o carro em movimento e rindo.
F: Você é louca! Ainda bem que eu peguei o carro antes do quebra mola, doente.
R: Hahahahaa , você tá dirigindo tão bem que já pega o carro em movimento!

6ª Lição: Educação exemplar.

R: Guria, para de falar de peito e bunda com o P! Ele é homem!
F: Ah, mãe, deixa de frescura, não tem nada demais.
Um minuto depois.
R: Buceta, eu to perdida.

7ª Lição: Desacatar a autoridade.

R: Puta caralho, tem um guardinha ali, e a gente tá sem cinto.
Guardinha: Eu vou ter que multar a senhora, cadê o cinto?
R: Tá aqui ó! - e aponta para o cinto do lado dela.
O guardinha vira de costas e ela fala.
R: Fela da puta.
Guarduinha: O QUE?
R: To falando com essa cabeçuda aqui do lado.
Guardinha: É sua filha?
R: É.
Guardinha: Ah, então tá.

Essas são suas lições triviais.
E o povo ainda não sabe por que eu reprovei no primeiro teste do Detran. Lição 2 cara!

Sim, essa coisa sou eu dirigindo na madrugada de sábado pelas ruas do Guará e o amigo da vez foi quem tirou a foto. E ninguém morreu!

Stress - Justice

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A fantástica garota invisível

Óculos escuros, daqueles bem grandes sabe. Ao olhar na direção daquela garota, era o que se via, os óculos grandes dela, dificilmente você notaria algo mais naquele ser. Sua baixa estatura, seus cabelos desgrenhados, despenteados e castanhos, suas roupas escuras e discretas, nada ali era chamativo.

Anda como se carregasse o mundo em suas costas, e não ouve nada além de suas músicas esquizofrênicas e esquisitas, não mostra nenhuma emoção, os óculos não deixam que seus olhos mostrem ao mundo o que sente, o que é.

No metrô ela encosta na parede e espera impacientemente que ele chegue, ocupa tão pouco espaço no vagão que nem faria diferença se estivesse dentro ou fora dele. E quando ele chega ao seu destino ela sai em passos largos e apressados.


Quando chega a faculdade passa pelo "corredor da morte" sem receber atenção. Corredor da morte, é assim que ela chama o pátio que sempre está lotado de pessoas indo e vindo, sentadas e algumas até faltando aula. Pessoas que conversam, comentam, condenam.


Entra na sala e senta na última cadeira, sempre na última cadeira. Cumprimenta apenas duas pessoas, as únicas que ainda notam a sua existência. Dessa vez ela resolveu mudar, resolveu pela primeira vez em anos não ser a aula mediana, aquela que os professores nunca sabiam o nome, a que nunca prestava atenção a aula. Suas notas serão notáveis e não faltará a aula.


Na volta senta no assento vermelho do vagão. E ao olhar pela janela lágrimas rolam por trás dos óculos e ninguém ouve o suspiro pesado, cansado. Fica imaginando qual seria a sua reação se alguém lhe lançasse o olhar por mais de dois segundos, se as pessoas a vissem e não olhassem através dela. É difícil ser invisível.

Last nite - The Strokes

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Fatality!

Na cara de todo mundo que disse que eu não ia passar.
PASSEI!
NA CARA, NA CARA, NA CARA!
Hoje, foi de longe o melhor dia do ano.
E dessa vez o examinador não era um velho nojento que deu em cima de mim. Morra velho!
FATALITY!!!

D.V.N.O. - Justice

terça-feira, 19 de agosto de 2008

So

Think that's it. There's nothing. Healing myself of somenthing that never happened.

domingo, 17 de agosto de 2008

Loser's queen


Os garotos que me desculpem mas homem nenhum nesse mundo presta. Hoje eu levei um bolo daquele que devia ser o homem da minha vida, aquele que deveria estar ao meu lado nos momentos de fraqueza, nas vitórias, nas decepções, aquele de quem eu gostaria de ter um beijo de boa noite todos os dias, aquele que secaria as minhas lágrimas.
Mas o que acontece é o contrario, ele é a causa das minhas decepções, ele é a minha fraqueza, é por ele que eu derramei litros e mais litros de lágrimas. Não é justo.
Minha mãe diz que a melhor coisa que eu posso fazer na minha vida é esquecê-lo, será?
- E ai, quando você vem me buscar?
- Ah, hoje não dá, eu to aqui em uma chácara depois de Sobradinho, amanhã eu passo aí na sua casa e pego o presente.
- Mas a gente já tinha combinado de sair hoje a noite.
- Pois é Bi, hoje não dá, é uma pena.
- Uma pena é o caralho.
- Cê ficou triste?
- É claro que eu fiquei triste, há quanto tempo eu não te vejo?
- Não fica assim. Eu te amo.
Depois disso eu desliguei, ele não merece a minha atenção.
Sabe, a minha mãe tá certa sim. Eu tentei tanto, no fundo eu sempre quis que desse certo, mas eu cansei de tentar.


Valeu PAI, por me esquecer e me deixar em segundo plano sempre.

Se existe alguém que não me ama, é ele.
Mais uma chance? Não.
É, até hoje eu não entreguei o presente de Dia dos "Pais" pra ele. Alguém quer?
"Baby, seasons change but people don't."
The take over, the break's over - Fall out boy

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Humilhai ao próximo como a ti mesmo


É eu estive mal, não vou negar que machucou muito e que a minha vontade era sumir dali, de tudo, desaparecer e ninguém nunca mais ter notícias de mim. Não sei lidar com situações que fogem do meu controle, pessoas que sentem prazer em rebaixar o próximo.
Não foi legal, tocou na ferida e pessoas que se declaravam minhas amigas riram de mim, palavras. As malditas palavras que te colocam pra baixo, fazem você se sentir uma pilha de lixo, inútil e fedorenta.
Por alguns dias eu fiquei muito triste, não queria sair de casa, ficava deitada na cama chorando, dei muita importância ao que os outros achavam, reforçava meu ponto de vista. Me jogaram num poço e quando eu já estava no fundo eu cavaram um pouco mais.
Nunca havia sido tão humilhada, ele descobriu o meu ponto fraco e me atacou. Afinal me chamar de biscate e vadia não foi o suficiente, sinceramente, não me abalou nem um pouco, achei até divertido como ele se incomodava com a situação, aquilo era um sinal de que ele ainda "gostava" de mim.
Por final eu acabei me sentindo uma deformada como ele havia me descrito, mas se for verdade eu acabei com o coraçãozinho do infeliz. Mas graças aquela que acompanhou o início, meio e fim dessa pseudo-relação agora eu sinto até uma ponta de prazer em pensar que eu posso até ser deformada, parecer o Sloth, mas ele come uma vesga, é o máximo que ele conseguiu até hoje.
Se ele de fato se humilhou por mim eu não sei, só sei que jogar garrafas e humilhações em mim um dia vai ser contrangedor pra ele, ah vai!
Um dia ele vai pagar por isso.

Auf acshe - Franz Ferdinand

domingo, 10 de agosto de 2008

Aah, o show

Me perguntaram se eu fui no show do Muse, é claro que eu fui! E quer saber, eu não exagerei quando fiz desse show a razão da minha vida. Foi perfeito, foi lindo, maravilhoso. Foi muito mais do que eu imaginava que seria, superou as minhas expectativas e aumentou a minha admiração pela banda, que agora está entre as minhas 10 bandas preferidas.
Estou viciada e ainda lembro do show em mínimos detalhes, cada acorde modificado ao vivo, as imagens do telão de Led, e de como eles se moviam. Matt Bellamy é perfeito, é lindo com aquela cara de fuinha que só ele tem. Dom Howard não fica pra trás, sou apaixonadinha por ele também, palavras de uma Maria Baqueta. Hahaha
Valeu muito à pena passar por cada aperto, mentir pra minha mãe, convencer a tia e arrumar alguém pra ir com a gente e outras coisinhas mais. Por mim, tinha show do Muse todos os anos. É, foi o melhor show de todos na minha vida pra sempre.

Bônus¹: Fotos que eu mesma tirei.





Bônus²: Introdução de Map of the problematique também gravado por mim.



Ps¹: Fuck me Matt Bellamy.
Ps²: Fuck me Dom Howard.

The small print - Muse é claro.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Clichê e caos.

Ele a provocara pela ultima vez. Sim, de hoje ele não escapava. Ninguém a chama de "piranha arrombada" e sai impune, não mesmo. Alice sofria nas mãos dele. E novamente ele senta em sua poltrona fedida para assistir aqueles reality show ridículos com strippers de meia idade decadentes que dançam por alguns trocados furados de seus clientes gordos, bêbados e imundos.
Alice passou pela sala de cabeça baixa, seu olhar emanava todo ódio que sentia naquele momento, ódio que acumulara durante tanto tempo, hoje, essa palhaçada acaba.
- Vê se faz alguma coisa que presta e traz uma cerveja gelada pra mim.- Gritou aquele porco nojento.
Ela não emitiu um som se quer e foi para a cozinha. Abriu a geladeira e pegou a garrafa de cerveja, que ele amava mais do que a ela, se soubesse disso antes moraria em qualquer outro lugar. E por um breve momento ela largou a cerveja no balcão e apanhou uma faca, a maior delas.
Observando a faca ela imaginou como lhe daria prazer ver a lâmina cortar o pescoço daquele desgraçado, vê-lo tremer e sangrar até a morte. E rompendo-se o silêncio ouve-se aquele tom de voz que exigia a cerveja e a chamava de piranha.
Alice não pôde se conter, colocou a faca no cós de sua calça frouxa e rasgada, arrumou seus cabelos colocando-os para atrás das orelhas, respirou fundo e escondeu todo o seu ódio.
Andou lentamente até a sala, queria desfrutar cada milésimo de segundo daquele momento.
- Toma aqui- disse a garota com um brilho estranho no olhar.
Sai da minha frente sua babaca.- Ordenou o gordo nojento.
Ela apanhou a faca e pulou em cima dele enfiando a lâmina nas entranhas dele por três vezes. Ele berrou de dor, ela sorriu e continuou a esfaqueá-lo. Dava para ouvir as gargalhadas dela de longe, sentia tanto prazer, nada no mundo poderia lhe trazer uma sensação assim.
O gosto de sangue era melhor com o ódio e a vingança e como era bom.
O último suspiro e ela removeu a faca do corpo inanimado porém ainda quente.
Alice lambeu os dedos, e parecia ótimo, todo aquele sangue em suas mãos, era perfeito, divino.
Agora aquele lugar fedia mais do que o normal. Alice ainda tomada pelo êxtase estava ensanguentada. Por sorte não morava ninguém nas redondezas, a gritaria poderia chamar a atenção de algum vizinho.
Ela enrolou o corpo em um pedaço de lona que era usado para cobrir o carro e com muito esforço o colocou no banco de trás do carro.
Pegou todo o dinheiro que ele guardava para as prostitutas, colocou em uma mochila. Tomou banho. Pegou também suas roupas e colocou no porta malas do carro e dirigiu. Dirigiu por uns 150km, puxou o corpo para a beira da estrada e ateou fogo.
Assistiu de camarote. Alice se sentia leve como uma pena, parecia até que ia voar.
- Tchau pai. O inferno tava te esperando há muito tempo - Foi a sua despedida.
Foi embora. E foi assim que Alice se tornou uma assassina.


Ps: Ninguém é obrigado a ler o meu lixo.

Hell's bells - ACDC

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Susto


Existem duas pessoas que despertam algum sentimento em mim. Tenho boas e péssimas lembranças deles.
Sabe quando coisas acontecem do nada, surpresas que você prefere que não aconteçam, pois é, hoje eu tive uma surpresa. Eu encontrei um deles na rua, e fazia algum tempo que eu não o via apesar de termos estudado no mesmo colégio e estamos na mesma faculdade.
Ainda lembro de como era bom chegar no colégio, sentar na cadeira ao lado da janela e esperar que ele fosse ate lá sentar atrás da minha cadeira, estávamos sempre juntos durante as aulas e às vezes nos intervalos também. Lembro também dos professores que sempre chamavam a nossa atenção e nos tiravam de sala de vez em quando, jogávamos Poker apostado e ele me perguntava como eu ganhava tanto e eu sempre dizia que ele que jogava mal,cantadas baratas e quando faltávamos aula e o inspetor nos pegava andando pelos corredores, das caronas que ele me dava.
Ele me viu de longe e eu o vi atravessando a rua, ele piscou o olho e eu sorri, achei que ele fosse entrar no carro e ir embora, mas ele parou e esperou que eu chegasse perto. Tentei manter a calma e fui falar com ele.
Tirei os fones de ouvido e ele me deu um abraço derrepente. Além do "oi, tudo bem?" e sempre as mesmas repostas ele me perguntou se eu continuaria no Iesb, disse que sim, ele disse que talvez mudaria o turno para a noite, eu falei que também queria e que só me faltava o carro e que a prova é quarta-feira, ele percebeu a minha aflição e perguntou se eu sei dirigir, claro que sei. Queria sair dali correndo, queria perguntar se ele ainda me queria, queria naquele momento o Ar das montanhas.
A nossa conversa durou poucos minutos, e de alguma forma nós dois esperávamos ouvir algo a mais do que isso, dava para ver que ele queria dizer e queria ouvir algo e com certeza eu não consegui esconder isso também. O que ele queria ouvir para mim é um mistério, mas não é segredo o que eu queria que ele me falasse.
Saí dessa situação meio balançada.
Ainda me perco naqueles olhos puxados.

"Quando o coração sofre pelo que foi perdido, o espírito se alegra pelo que ficou."

Epigrama Sufi

Somewhere only we know - Keane

quarta-feira, 16 de julho de 2008

A minha pessoa




"Todos meus amigos querem morrer".

Não morram!


Semaforo - Vanguart

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Nota


















Não espere muito de mim,
não crie expectativas,
não imagine como sou,
eu não sou, e não serei.

Fria e calculista sou,
cruel e sádica,
irônica e sarcástica,
azeda, amarga.

Ácida.


Raining blood - Slayer

domingo, 6 de julho de 2008


Mate-me. Não suporto a minha presença.

Superstar - Sonic Youth

terça-feira, 1 de julho de 2008

Febre


A alegria dos meus últimos dias tem sido imaginar em como vai ser o show do trio de ingleses Muse. Alegria súbita tomou conta de mim quando soube que os Cavaleiros de Cydonia (vide clipe) viriam tocar aqui em Brasília. Tão perto de mim!
Poucas pessoas conhecem ou gostam da banda, quem vai comigo para o show?? Droga!
E pode ter certeza que com o meu azar eu não vou conseguir chegar perto deles.

Top 10 das músicas do Muse:

1. Feeling good
2. Supermassive black hole
3. Can't take my eyes off you
4. Map of the problematique
5. Hysteria
6.
Knights de Cydonia
7. Soldier's poem
8. Starlight
9. Time is running out
10.
Thoughts of a dying atheist

Certo dia no mêtro um cara (que eu nunca soube o nome) me falou que tocava Stockholm Syndrome quase que ele me ganha! hahahaha
Cada dia que passa eu fico mais ansiosa, dia 02 tem que chegar logo.

Feeling good - Muse

domingo, 29 de junho de 2008

Rumo

Eu já não sei o que fazer, me sinto um fracasso. Mas hoje eu não vou falar da minha subvida amorosa. Outra derrota é a faculdade. Desde os meus 14 anos eu tinha a convicção de um dia ser jornalista, era meu sonho entrevistar pessoas, correr atrás de noticias, tirar fotografias e viver trabalhando nas ruas.
Sabe quando uma criança descobre que Papai Noel não existe, é assim que eu me sinto sobre o meu curso, acho que até um pouco pior. Descobri que sou uma pessoa sem talento que quando tem crises de criatividade não consegue fazer absolutamente nada, nem mesmo um Lead (Lead = Quem? Fez o que? Onde? Quando? Porque?). E sim, estou no meio da minha pior crise de criatividade com uma pitadinha de depressão.
É frustrante ver as pessoas que sabem escrever textos notavelmente superiores aos meus, e quando eles lêem suas obras eu penso "Porque eu não consigo escrever como eles?" ou "Eu devia ter pensado nisso antes". Algumas pessoas parecem não apresentar o mínimo de decência ou intelecto escrevem melhor que eu.
Por milagre eu passei esse semestre, por algum motivo pessoal meu nome foi tirado de dois trabalhos de matérias diferentes, trabalhos que valiam 3 pontos cada. Eu não me sinto motivada a entrar na sala e assistir a aula como na primeira semana.
É muito triste você parar por um breve momento e perceber que todos estão caminhando para um futuro com aquela profissão e você continua ali na estaca zero. Ver todos progredindo e você ali petrificado, sem palavras. Caiu a minha ficha e eu passo a maior parte do tempo me segurando, tentando não pensar nisso.
Parte do meu sonho era ser fotógrafa, mas além de sem talento, eu tremo naturalmente, tremo demais. E às vezes me incomoda ouvir das pessoas comentários como "Você tem Mal de Parkinson?" ou "Nossa você treme demais!", isso me remete a essa frustração de não poder tirar fotos.
Machuca pensar que eu não nasci pra isso apesar de ficar maravilhada com essa profissão.
Talvez a minha relação com o jornal deve ser apenas aos domingos no café da manhã.

"A dor é temporária. Ela pode durar um minuto, ou uma hora, ou um dia, ou um ano, mas finalmente ela acabará e alguma outra coisa tomará o seu lugar. Se eu paro, no entanto, ela dura para sempre"
Lance Armstrong

Try try try - Smashing Pumpkins

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Segundo ato

Odeio ver pessoas que se passam por "santinhas" e na verdade são verdadeiras devassas. Pra que criar uma imagem errada até para seus amigos? Pessoas nas quais eles dizem confiar tudo, até seus segredos mais sujos (no caso "inexistentes" ou leves). O que não passa de um pseudo-eu que essas pessoas criam, é vergonhoso. E cada vez que uma pessoa brinca de puritano e moralista ganha por merecer a minha repulsa e desprezo. Isso pra mim não faz sentido.
Deve ser ruim atuar a todo momento um alguém criado para manter as aparências, mesmo que esteja evidente. Um dia, aquela figura imaculada vai se revelar e a fama de casto, religioso (que seja) vai lentamente se desmanchar e quando isso acontecer eu quero assistir de camarote e me deleitar a cada segundo da situação. Principalmente aqueles que julgam os outros com valores moralistas enérgicos.
Meus devaneios diários me levam sempre ao fim de toda essa hipocrisia e sempre me pego imaginando a humilhação pela qual essas pessoas passariam. Sim, isso me diverte muito, assim como eles se divertem julgando os outros.
Um dia isso vai acabar, ah vai!


"O absinto é o afrodisíaco do ego. A Fada Verde quer a sua alma"

Dracula de Bram Stoker

O raio que o parta - Superguidis

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Cárcere


Su nombre es Bob Paraguaçu!
Su nombre es Bob Paraguaçu!
El es el perro, es el perro!
Es BOB PARAGUAÇU!
Jajajajajaja

Ai, que saudade daquela época em que nada além da cerveja quente me incomodava. Sofria somente com a sede do dia seguinte e mesmo tendo que fingir ser alguém que não sou, eu era mais feliz daquele jeito. LIVRE.


Quero aquela vida de volta.

Ball and chain - Janis Joplin sofrendo comigo.

Surto


Cá estou eu no auge do ócio, com um keepcooler de uva e a cabeça cheia. Parece que vou explodir, há muito tempo não descanso, do nada surgem milhares de ideias e textos além de minha capacidade atual, mas ao pegar a caneta tudo some. O papel é um abismo.

mate-me.

Screaming for vengeance - Iced Earth



quinta-feira, 12 de junho de 2008

Maldito seja esse tal de Dia dos Namorados. Dia em que casais trocam presentes e olham torto às pessoas que não tem um par. Hoje eu fui almoçar sozinha num restaurante de Fast food perto de casa e imagina que ironia, vários casais saíram pra almoçar na mesma merda de restaurante. E é lógico que fui publico das demonstrações de afeto, sorrisos bobos, beijinhos, mão aqui e mão ali. Além de ser alvo de olhares que estranhavam a minha falta de companhia, olhares com dó e desprezo. Eu não preciso de um namorado para ser feliz, FATO! Se precisasse, estaria com aquele ex grudento, ciumento e louco ou então com aquele que disse que havia se apaixonado loucamente por mim desde a nossa primeira vez juntos. Qual o motivo da comemoração? Por que não existe o Dia do Solteiro? Sem falar que nós solteiros não devemos explicação à ninguém, ciúme é um sentimento distante, não existe ninguém acorrentado ao seu calcanhar, compromisso não existe, a preocupação com um belo par de chifres é apenas uma piada (ah, vai me dizer que você nunca teve medo de traição?) e você não é obrigado a ter que ouvir os problemas de outras pessoas.
Poucos casais se dão ao luxo de confiar "na sua metade". Agora meu amigo, imagine você que ama a sua liberdade, que não troca um barzinho com os amigos por nada nesse mundo, você que começa a sair a partir de Quarta-feira e só para no Domingo tendo que ficar em casa porque a sua(seu) namorada(o) enlouquece se você colocar o pé fora de casa. Não duraria né! Além de ser insuportável cá pra nós.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Baby, I'm gonna leave you.


Eu preciso deixar você ir, mas você sempre volta com suas demonstrações de interesse inesperadamente. Quanto mais perto de te esquecer ao menos por uns dias, mais "surpresas" você me manda. E você não sabe o quanto me pertuba essa "nossa" situação.

Babe, baby, baby, I'm gonna leave you - Led Zeppelin

Babe, baby, baby, I'm gonna leave you.
I said baby, you know I'm gonna leave you.
I'll leave you when the summertime,
Leave you when the summer comes a-rollin',
Leave you when the summer comes along.

Babe, babe, babe, babe, babe, babe, baby, mmm, baby
I don't wanna leave you,
I ain't jokin' woman, I've got to ramble.
Oh, yeah, baby, baby, I'll be leavin',
Really got to ramble.
I can hear it callin' me the way it used to do,
I can hear it callin' me back ho--oo-ome!

Babe, oh, Babe, I'm gonna leave you
Oh, baby, you know, I've really got to leave you
Oh, I can hear it callin' me
I said, don't you hear it callin' me the way it used to do?
Oh!

I know, I know, I know I'm never, never, never, never, never, never, never,
Gonna leave you babe
But, I got to go away from this place,
I've got to quit you, yeah
Oh!! Baby, baby, baby, baby, baby, baby, baby,
Oh, don't you hear it callin' me?
Oh, woman, woman, I know, I know
It feels good to have you back again
And I know that one day baby, it's gonna really grow, yes it is.
We gonna go walkin' through the park every day.
Come what may, every day, oh
My, my - my - my, my, my babe
I'm gonna leave you. Goin'
I'm gonna quit you baby
It was really, really good.
You made me happy every single day.
But now... I've got to go away!
Oh, oh

Baby, baby, baby,
That's when it's callin' me
I said that's when it's callin' me back home...

Shine on - Jet

terça-feira, 3 de junho de 2008

Morfina

Porque esse sentimento insiste em voltar, sem deixar certeza nenhuma do que eu quero ou preciso. Quando se sente algo por alguém torna-se consequência o sofrimento? A vida é muito relativa e cada caso é um caso, mas eu nunca passei por um sentimento que não me fizesse sofrer horrores.


Ultimamente, desde que o conheci, me sinto anestesiada, dormindo em um sono tão profundo, que por mais que eu esteja ciente disso não consigo acordar.

Não é amor, não é tão forte, mas me deixou irracional. Passo maior parte do tempo fora do meu corpo, em lugar nenhum. Quero falar com ele, quero não ter raiva dele, quero que ele me trate bem, quero esquecer que já tive algo com ele. Só quero viver a minha vida, e se ele quiser, talvez tenha um espaço insignificante pra ele aqui.
Tantos "quero" me tornam insuportável, não nasci para viver acorrentada à duvida e incerteza, derreto. Às vezes me dá vontade de rasgar a roupa, a pele e sair correndo sem rumo. Me sinto suja.

Meu estado é catatônico, é grave. Preciso acordar, voltar a respirar ou sei lá, levantar a cabeça, e deixá-lo lá sozinho, como tantas vezes ele me deixou.

Dig - Incubus